Entre os anos de 1975 e 1979, o arquiteto, matemático e teórico de arquitetura, Christopher Alexander, apresentou um processo participativo de projetação e de construção com base em alguns ousados e polêmicos princípios desenvolvidos em seus livros publicados nesse período. Com esses livros Alexander desenvolveu uma crítica aos arquitetos e urbanistas modernistas, que impunham sua "criação" aos usuários de sua arquitetura, realizando, em primeiro lugar, suas vontades e anseios criativos, bem como dando vazão a uma manifestação de seus conteúdos psicológicos inconscientes, projetados e materializados em forma de construção, em vez de perseguir as necessidades e desejos, plenamente conscientes ou não, daqueles que iriam utilizar os ambientes depois de construídos – os usuários. Christopher Alexander, a fim de evitar os desencontros tão comuns entre a idéias "a priori" dos profissionais de arquitetura e urbanismo e as reais necessidades dos usuários de projetos, propõe um processo participativo que inclui esses usuários como ativos integrantes dos momentos decisórios e criativos do projeto. Foi, resumidamente, dentro deste contexto que Alexander trouxe, não apenas o fruto de algumas experiências vividas com o processo participativo, mas o resultado de uma busca incansável e única de criar um caminho sistemático, eficiente e natural de projetação, com a participação do usuário, não mais sob forma de uma reivindicação ou de uma garantia dos direitos pessoais e coletivos, como era feito pelos demais teóricos, mas como uma das etapas de uma prática natural, sistêmica e orgânica de interagir com o ambiente, sem deixar de dar a devida importância a alguns dos componentes vitais neste processo, que são as necessidades e exigências dos usuários. Dentro dessa perspectiva de poder contribuir com uma abordagem crítica, mas com a finalidade de abrir caminhos e interesses que fomentem a prática de processos tão pertinentes e relevantes como estes, é que será aplicada uma versão revista e adaptada do Processo Participativo de Christopher Alexander no Projeto Arquitetônico da Nova Sede da Escola de Música da UFBA. A Prefeitura do Campus da UFBA nos proporcionou o apoio necessário à oficialização do experimento, garantindo que os resultados obtidos do Projeto Participativo serão utilizados. Em outras palavras, o Prefeito do Campus afirmou que o Projeto que resultar do experimento será executado, cabendo-nos a responsabilidade de torná-lo viável, coerente e adaptável às condições favoráveis à sua execução, ainda durante o processo de Projeto Participativo, para que isto não precise ser realizado posteriormente, fora do processo. A partir dessa postura bastante motivadora da Prefeitura do Campus, ficou bem mais fácil mobilizar a comunidade da Escola de Música atual, conclamando para que participem desse importante recurso de projeto, respeitando os valores humanos e o direito de cada um de opinar sobre um ambiente em que atuará no futuro, ensinando, estudando ou trabalhando em qualquer das atividades existentes na futura Escola de Música da UFBA.

Banca: Profa. Ana Fernandes (orientador)
Prof. Antonio Heliodorio Lima Sampaio (docente)
Profa. Débora de Lima Nunes (membro externo)